sábado, 19 de abril de 2008

Conta-me como foi

Ontem rumei com a Betadina ao Pavilhão Atlântico para assistir a esse momento único da história da música em que o Grupo Novo Rock e a Guarda Nacional Republicana se encontram em palco. À parte da má acústica daquela sala, já por diversas vezes comprovada, foi muito agradável a viagem a sons que já não ouvíamos há tantos anos e ao completo non-sense das letras do Rui Reininho - "adoro as pulgas dos cães...", um clássico. Um dos momentos altos foi quando entoaram os primeiros acordes do "Dunas" e eu e a Betadina fizémos um esforço para nos lembrarmos de que ano seria esta música, já que nos transportava para a nossa adolescência, em que todos os que pegavam numa viola conseguiam arranhá-la, e em que teríamos dançado mesmo uns slows ao som da voz rouca do Rui Reininho....memória a trabalhar, apenas chegámos à brilhante conclusão de que o "Dunas" teria certamente à volta de uns 15 anos, porque afinal de contas, nós entrámos para a faculdade há já 12 anos (esgar de surpresa de ambas!). Pois é Miss, não há nada como a net, para nos provar como o tempo passa: as dunas, que são como divãs, são de um álbum de 1985, que se chama "Os homens não se querem bonitos". Em 1985, com 6 anos, os meus interesses eram outros; os meus irmãos, esses sim, devem ter dançado ao som do Rui Reininho quando as dunas eram uma novidade. Mas a sensação de perceber que o tempo passa, e como passa, não foi má... gosto de recordações mas de forma geral não me invade aquele sentimento de voltar a ter uma idade que já tive. Gosto de memórias, de fotografias do antigamente, de ter estado lá, de rever, recordar e relembrar ensações e sítios. De algumas poderei ter saudades. Mas o que me faz mesmo falta, e que vai escasseando à medida que os anos passam, é o tempo livre: aquele que nos permitia estar ou não com as pessoas, fazer coisas ou não fazer nada. Olhando para trás, esse foi o grande trunfo da nossa infância e adolescência e até mesmo dos tempos da faculdade e que não tem hoje o mesmo valor. Os tempos livre de hoje, com a internet, as consolas de jogos e as 353 actividades que os miúdos hoje têm, não se comparam aos nossos tempos livres, em que divertíamos à grande ou em que simplesmente não havia nada para fazer. É esse tempo livre que tenho pena que tenha ficado para trás; valha-nos a internet, to keep in touch.

1 comentário:

Tartaruguinha disse...

Mas qual é o problema das pulgas dos cães??? Eu cá com essa idade gostava era de saltar ao elastico, jogar á sirumba e ao triangulo até ás tantas da noite (sim ainda se podia brincar na rua)