A expressão não é minha. Foi a reacção de alguém a quem contei que a minha entidade patronal, que por acaso é uma instituição pública, aos olhos de quem eu nem sequer reuno os requisitos para me considerar funcionária - ainda que ali passe uma média de 1o a 12 horas por dia, seja obrigada a picar ponto, marcar férias, justificar faltas e todas as saídas que possa fazer do edifício dentro do horário laboral mediante preenchimento de "formulário para o efeito" - dizia eu que a minha entidade patronal nos brindou, sexta-feira, pelas 16 horas com um mail intitulado "Racionalização dos acessos à Internet" E começava assim: "Com o objectivo de proporcionar melhor acesso à Internet, torna-se necessário racionalizar a sua utilização". Não vou transcrever aqui o texto integral da mensagem, deixando-vos antes com uma síntese da mesma; para os meus chefes, racionalizar o acesso à internet significa restringir o acesso à mesma durante todo o horário de trabalho. Ou seja todo o trabalho de investigação e consulta que pretenda fazer fica para as horas extraordinárias, essas nunca pagas. E para não haver qualquer hipótese, seria já a partir de segunda-feira. Quem quiser ter acesso, tem que preencher mais um formulário, justificar muito bem porque é que precisa desta ferramenta, e esperar que uma duas ou três chefias lá acedam e seja beneméritas ao ponto de nos dar o dito acesso. Claro que preparei logo o formulário, pronta a descarregar toda a minha indignação naquele espaço que dá para escrever "porque sim" e pouco mais. E pensei logo no nosso primeiro-ministro e nas suas medidas de modernização administrativa, no simplex, nos computadores oferecidos às crianças e na banda larga para as escolas públicas. Será que querem que eu saiba realmente menos que um miúdo de 10 anos? Não sei a quem tocou, mas pelos vistos não vai ser uma decisão fácil. Hora e meia depois, recebemos novo mail, desta feita com o título "Racionalização dos acessos à Internet - suspensão" - basicamente, vão ver o que fazer com a revolta popular e logo dão novas orientações..... Já alguém dizia que é por estas e por outras que este país não evolui.
sábado, 26 de janeiro de 2008
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2 comentários:
Fico contente que as pequenas revoluções ainda surtam algum efeito. Muito irónico realmente considerarem-nos funcionários públicos para umas coisas e para outras não. Veja-se a título de exemplo o direito ao subsidio de desemprego para não falar de outros subsídios...Ah e tal a taxa de desemprego é 6%, mais coisa menos coisa, o emprego precário... a esse nem se consegue fazer contas! Até a mim me apetece reclamar!!!
Desde que li esta que me sinto "tan estúpido"...ainda me encontro babando para o teclado à espera que a net venha!
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